Dia de Detox
Pessoas Tóxicas. Nunca tinha pensado em tal coisa. Será que existem? Com certeza que sim. Ao longo da nossa vida passam-nos inúmeras pessoas pelas mãos, relacionam-se connosco, vivem connosco…Contudo, por mais sorridentes ou brilhantes que essas pessoas sejam nem sempre nos fazem bem. Nem sempre é um querer mal, mas são pessoas que de uma maneira ou de outra, ou em determinados períodos da nossa vida, simplesmente nos sugam toda a nossa energia.
E não, nem sempre são as pessoas tristes de olhos carregados ou expressões depressivas, que são tóxicas. Os olhos mais cintilantes, ou a alegria exasperada, por vezes também nos infectam a alma, drenam-nos as emoções e deixam-nos mais fragilizados.
Seja a culpa, o medo, o trabalho, os interesses, a imensa necessidade de aceitação e aprovação, ou simplesmente porque acreditamos gostarem de nós e que nos fazem bem, permitimos que permaneçam na nossa vida, sem darmos conta de que a nossa auto-estima e insegurança as alimenta potenciando a sua capacidade de nos desgastar. Sem dar conta, tornam-se “vampiros” emocionais que nos sugam toda a atenção e por isso deixamos que se mantenham e participem directamente na nossa vida, sem reconhecemos que a nossa melhor versão é anulada e desvalorizada.
O problema está em reconhecê-las e saber conviver com elas, ou até mesmo afastá-las do nosso seio. Mais uma vez o medo, a necessidade de aceitação, o meio onde estamos inseridos, a fraqueza da eterna disponibilidade, impede-nos de cortar com esses vínculos, reconhecendo que o nosso bem-estar deverá estar acima de todas as razões que nos pareçam razoáveis. É preciso fazer um detox e aceitar que nem todos têm que fazer parte da nossa vida da mesma forma.
Dar e receber, sem obrigação de parte a parte, é um dos princípios das relações saudáveis. Pessoas inspiradoras, resilientes e incentivadoras, que nos acrescentam e nos enriquecem, e que acima de tudo reconhecem e potenciam as nossas capacidades, trazem consigo relações muito mais gratificantes e é destas que é importante nos cercármos.