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Mãos Cheias de Nada

Retalhos dos meus dias tristes...

Mãos Cheias de Nada

Retalhos dos meus dias tristes...

09.Set.16

Loving Angels Instead

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A noite chega devagar e obriga-me a fazer-lhe companhia. Desperta-me num sussurro tímido. Acorda-me a mente inquieta. Murmura-me aturdida e pergunta-me porque ainda estou aqui. Um dia será o último. O amanhã pode não chegar e a tua espera permanece.

A minha resposta é simples. Puro amor. Por tanto acreditar na nobreza de um sentimento que tanto nos dá e nos tira. Esse sentimento que nos dilacera e nos enaltece. Esse sentimento que nos apazigua e pede resguardo. Tão simples. Apenas por amor.

Amar-te? Amar-te é seres parte de mim, não de uma forma dominadora ou subjugada, mas como uma extensão do meu ser. É amar-te simplesmente porque sim. É amar-te sem angústia ou sofreguidão, sem prudência ou cautela. É amar-te tal como és, com tudo o que sou e tudo o que tenho. É perder-me na ternura dos teus afectos. É ter a voz embargada pelo aperto no peito quando o teu olhar me toca e as tuas mãos me envolvem. É render-me a ti nas noites em que somos apenas um. É abrir-te a porta e deixar-te ficar. E é deixar-te ir. É deixar cair o véu das ilusões e acreditar. É sentir na intensidade de um gesto a serenidade de uma vida. É dar-te chão para pousar e asas para voar. É entregar-me num sorriso beijado pelas lágrimas que me lavam o rosto.

É amar-te na nossa (im) perfeição.

Mas a ausência induziu-nos em coma, e o tempo distanciou, arrefeceu, revelou. E esse amor fugaz que outrora nos enfeitiçou, morreu acorrentado ao abandono que nos afogou. E a minha espera terminou…