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Mãos Cheias de Nada

Retalhos dos meus dias tristes...

Mãos Cheias de Nada

Retalhos dos meus dias tristes...

14.Dez.16

Porque hoje são 10 anos

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Fomos tão improváveis.

Começámos num prenúncio de morte anunciada. Num amor nado-morto, onde fomos tempestade e fomos caos.

Fomos tão improváveis, num desencontro que a vida cruzou. Acontecemos, no lugar incerto, no tempo errado.

Fomos tão improváveis.

Fomos tudo e fomos nada…No erro fomos acerto, mudança. Na quietude fomos movimento. Nos desafios fomos batalha. Na dúvida fomos escolha e fomos paciência. Na paz fomos riso e alegria, fomos abraço apertado, beijo demorado...fomos apego e fomos morada…

Fomos tão improváveis.

Na rotina fomos devaneio. Na ausência fomos silêncio, distância, e fomos desilusão e lágrimas…Na paixão fomos luxúria e desejo, fomos aperto no peito, perturbação na alma…Na incerteza fomos coragem. Na dor e na mágoa fomos demência, e fomos força. Na tristeza fomos amizade.

Na imperfeição fomos conquista e no fim fomos recomeço…

Fomos tão improváveis, numa tão complexa simplicidade de ser.

Mas quando ainda existe um milhão de sentidos que invadem o peito, se entranham na alma e nos incendeiam, quando um beijo ainda nos ilumina e nos trespassa, quando no silêncio de um olhar ainda se lê o que as palavras não expressam, quando em cada momento imperfeito ainda há riso, quando em cada memória há plenitude, quando ainda há momentos inesquecíveis e noites inigualáveis… não somos tão improváveis.

E contra todas as improbabilidades criámos um amor que ficará para sempre, mesmo sem crença na existência de um amor eterno.

 

E agora futuro, que queres de nós? Esperamos-te…Vem...mas sem pressa, que o presente é nosso…