Sabia que um dia iria escrever-te esta carta, talvez demasiado pessoal e íntima, mas era certo e sabido que viria responder-te. Também eu queria deixar no papel o testemunho das minhas palavras, dos meus sentimentos, das minhas lutas. E das minhas vitórias. Confesso que nunca pensei que fosse em tão pouco tempo…E se tivesse que resumir os sentimentos que carrego no peito num único, seria orgulho. Orgulho na minha capacidade de discernimento, orgulho na força interior, orgulho na (...)
Estou-te grata. Sou-te grata. Começaste por me roubar o medo. Esse medo imenso. Esse fio condutor que me inflamava por dentro. E só por isso estou mais leve…se às vezes ainda espreito por cima do ombro? Sim, é verdade, mas não tremo. Se uma ou outra noite se prolonga? Também…Mas já suporto a escuridão. Se o coração me salta do peito? Mais do que me deveria permitir, mas aprendi a domá-lo. E tudo porque me levaste o medo. E por isso sou-te grata. Mas foste imprudente. (...)
Numa das minhas longas noites, porque são sempre as noites, debrucei-me sobre o efeito espelho. Em todo este processo de autoconhecimento, percebi que a consciencialização do que estava errado, do que era necessário mudar, estava compreendida e aceite, mas o processo estava longe de terminado e as atitudes longe de se alterarem. Contudo, houve uma (...)
Escrevo-te porque estou a adorar conhecer-te. Escrevo-te porque espero em breve não estar aqui. Escrevo-te porque as pessoas vão mas os papéis ficam. Escrevo-te porque tu sabes quem és mas escondeste-te atrás de mim. Escrevo-te porque não quero mais ser a tua sombra. Assume o teu papel. E não, não é o de mãe. Mas também tu sabes isso, já (...)